Introdução
Hoje daremos continuidade à série chamada “Fundamentos da Fé Cristã”. Esta é a terceira mensagem da série, e vamos aprofundar nosso entendimento sobre uma das pessoas da Trindade: Jesus Cristo, o Filho de Deus.
É fundamental compreendermos quem Jesus realmente é, pois toda a nossa fé se baseia nEle. Muitas vezes, temos uma visão simplificada ou limitada de Jesus, não conseguindo entender toda a Sua magnitude e o que Ele fez por nós.
Nesta mensagem, vamos explorar três momentos cruciais na trajetória de Jesus:
- Antes da criação do mundo
- Durante Sua passagem na Terra como homem
- Após Sua ressurreição e glorificação
Cada um desses momentos revela aspectos diferentes de quem Jesus é e como Ele age. Compreender isso é essencial para fundamentar nossa fé e impactar nossa maneira de viver e nos relacionar com Deus.
O Cristo Eterno
Muitas pessoas pensam que a história de Jesus começa com Seu nascimento em Belém. No entanto, a Bíblia nos revela que Jesus sempre existiu, desde antes da criação do mundo. Vamos ler João 1:1-5:
“No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram.”
Este texto nos mostra que Jesus, referido como “a Palavra”, já existia antes de todas as coisas. Ele não apenas estava com Deus, mas era Deus. Todas as coisas foram criadas por meio dEle. Isso significa que nada do que existe – desde as galáxias até os menores detalhes da nossa vida – teria sido criado sem Jesus.
É difícil para nossa mente limitada compreender a magnitude disso. Imagine Jesus sustentando todo o universo na palma de Sua mão. Esta imagem, embora poderosa, ainda é insuficiente para capturar a grandeza de quem Jesus é.
Jesus no Antigo Testamento
Muitos acreditam que Jesus aparece apenas no Novo Testamento, mas Ele está presente em toda a Bíblia, desde Gênesis até Apocalipse. No Antigo Testamento, encontramos o conceito teológico de teofania ou cristofania – manifestações de Deus ou de Cristo em forma humana.
Alguns exemplos dessas aparições de Jesus no Antigo Testamento incluem:
- Aparição a Abraão (Gênesis 18)
- Luta de Jacó com o anjo (Gênesis 32:24-30)
- O quarto homem na fornalha ardente (Daniel 3:25)
Esses exemplos mostram que Jesus sempre esteve presente e ativo na história da humanidade, mesmo antes de Seu nascimento como homem. Ele sempre esteve no controle e sempre continuará.
O Cristo Encarnado
O segundo momento crucial na trajetória de Jesus é Sua encarnação – quando Ele se fez homem e viveu entre nós. João 1:14 diz:
“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.”
Este é um dos aspectos mais belos e surpreendentes da existência de Jesus. Aquele que sustentava todo o universo decidiu abrir mão de tudo – Seu poder, Sua glória, Sua posição – para nascer como um bebê indefeso e viver como homem entre nós.
A Vida Humana de Jesus
Durante Sua vida terrena, Jesus experimentou todas as limitações e desafios da condição humana:
- Nasceu como um bebê dependente de cuidados
- Cresceu e trabalhou como qualquer outro homem
- Sentiu fome, cansaço e todas as emoções humanas
- Foi tentado em todas as coisas, mas nunca pecou
Essa experiência humana de Jesus tem um propósito profundo: Ele pode entender perfeitamente nossas lutas, falhas e limitações porque as vivenciou pessoalmente. Isso O torna plenamente apto para nos direcionar e ajudar em nossas necessidades.
O Ministério de Jesus
Durante Seu ministério terreno, Jesus:
- Ensinou com autoridade única
- Realizou inúmeros milagres
- Curou enfermos, expulsou demônios e ressuscitou mortos
- Demonstrou amor e compaixão incomparáveis
Esses atos não eram apenas para demonstrar Seu poder, mas para nos ensinar como viver e para nos dar um vislumbre do Reino de Deus. Jesus disse que aqueles que creem nEle fariam obras ainda maiores (João 14:12), indicando que Seu ministério continua através de nós hoje.
O Cristo Glorificado
O terceiro momento crucial na trajetória de Jesus é Sua glorificação após a ressurreição. Este é um aspecto que muitas vezes negligenciamos, mas é fundamental para nossa fé.
Após Sua morte e ressurreição, Jesus reconquistou a autoridade que Adão havia perdido para Satanás. Ele declarou em Mateus 28:18:
“Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra.”
Esta declaração marca uma mudança significativa. Jesus não é mais apenas o servo sofredor, mas o Rei vitorioso que venceu a morte e o pecado.
A Visão de João em Apocalipse
Em Apocalipse 1:10-18, temos uma descrição poderosa de Jesus glorificado:
“No dia do Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim uma voz forte, como de trombeta… Voltei-me para ver quem falava comigo. Voltando-me, vi sete candelabros de ouro e entre os candelabros alguém semelhante a um filho de homem… Seus olhos eram como chama de fogo. Seus pés eram como bronze numa fornalha ardente e sua voz como o som de muitas águas… Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Então ele colocou sua mão direita sobre mim e disse: ‘Não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último. Sou aquele que vive; estive morto, mas agora estou vivo para todo o sempre!'”
Esta visão nos mostra um Jesus muito diferente daquele que caminhou na Galileia. Ele é agora o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, com todo poder e autoridade.
Implicações para Nossa Fé
Compreender Jesus como o Cristo glorificado tem profundas implicações para nossa fé:
- Não há nada impossível para Ele
- Nossos problemas, por maiores que pareçam, são insignificantes diante de Seu poder
- Podemos confiar plenamente em Sua capacidade de cuidar de nós e resolver nossas situações
- Nossa fé não deve se basear apenas no que já vimos, mas no que Ele pode fazer
Muitas vezes, limitamos Jesus em nossa mente, colocando-O numa “caixa de sapatos” que representa nossa compreensão limitada. Precisamos expandir nossa visão para ver Jesus como Ele realmente é – o Deus Todo-Poderoso que pode fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos.
Conclusão
Jesus é eterno, o mesmo ontem, hoje e para sempre. Ele se fez homem para nos entender e nos ensinar, mas agora está glorificado em toda Sua majestade. Nossa fé, nossas orações e nossa vida devem se basear nesta compreensão plena de quem Jesus é.
Não podemos aceitar uma imagem frágil ou limitada de Jesus. Ele não é apenas um profeta que fez alguns milagres, mas o Deus Todo-Poderoso, nosso Salvador e Senhor de tudo que existe.
Que possamos, como o centurião romano, ter uma fé que não limita o que Jesus pode fazer. Que possamos confiar nEle em todas as situações, sabendo que não há nada impossível para nosso Deus.
Lembre-se sempre: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus” (1 Timóteo 2:5).
Que Deus nos ajude a ver Jesus em toda Sua glória e a viver uma fé sem limites, confiando plenamente em Seu poder e amor infinitos.