A Volta de Cristo: Fundamento Essencial da Nossa Fé

publicado em 11/07/2025 por Renato Roquejani

Vivemos em tempos de muitas incertezas e mudanças rápidas. Em meio a esse cenário turbulento, é fundamental ancorar nossa fé em promessas sólidas e eternas. Entre os fundamentos da fé cristã, a promessa da volta de Cristo se destaca como o ápice da esperança que deve guiar nossos dias. Nesta reflexão, exploraremos profundamente essa promessa, entendendo seu significado, sua urgência e o impacto que ela deve ter em nossas vidas cotidianas.

Recapitulando os Fundamentos da Fé Cristã

Antes de mergulharmos na volta de Cristo, é importante lembrar que essa mensagem é a culminância de uma série que aborda os pilares essenciais da fé cristã. Começamos entendendo a existência e a natureza de Deus, passando pela Trindade — Pai, Filho e Espírito Santo — e aprofundando na pessoa de Jesus Cristo. Exploramos a Palavra de Deus como fundamento vivo da fé, a criação do ser humano com propósito divino, o preço do pecado pago por Jesus na cruz, a graça derramada sobre nós, e o corpo de Cristo, a igreja na terra.

Agora, ao final dessa jornada, focamos na promessa que traz conforto e esperança para o presente e para o futuro: o retorno de Jesus para nos buscar e nos levar para a eternidade com Ele.

A Promessa da Volta de Cristo: Uma Esperança Escatológica

A promessa de Jesus voltar não é um mero pensamento positivo ou uma ilusão. É uma esperança escatológica, isto é, ligada ao fim dos tempos, que deve orientar e nortear nossa caminhada de fé. Essa esperança foi dada por Jesus em momentos de angústia, como na noite antes de sua crucificação, quando Ele disse:

“Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar; e quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (João 14:1-3)

Além disso, o apóstolo Paulo escreveu aos Tessalonicenses para esclarecer dúvidas sobre a morte dos cristãos e a volta de Cristo, assegurando que os que dormem na morte ressuscitarão primeiro e que os vivos serão arrebatados para se encontrarem com o Senhor nos ares:

“Irmãos, não queremos que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para que não vos entristeçais como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus, mediante Jesus, trará em sua companhia os que dormem.” (1 Tessalonicenses 4:13-14)

Contextualizando a Promessa: A Igreja Primitiva e a Nossa Realidade

A igreja primitiva viveu com uma expectativa constante da volta iminente de Jesus. Eles usavam a saudação “Maranata, vem Senhor Jesus!” e essa esperança transformava suas atitudes, motivando-os a vender propriedades, ajudar uns aos outros, enfrentar perseguições e martírios com coragem e fé. A certeza de que estavam vivendo os últimos dias da história humana dava sentido e urgência à sua vida espiritual.

Hoje, infelizmente, essa doutrina tem sido muitas vezes relegada a um papel secundário, debatida em círculos teológicos ou reduzida a especulações apocalípticas. Em alguns casos, tornou-se até um obstáculo para a vida prática da igreja. Precisamos urgentemente resgatar o senso de vigilância, sobriedade espiritual, urgência evangelística e santidade prática que caracterizavam os primeiros cristãos.

O Significado Profundo da Volta de Cristo

Ao contrário da primeira vinda de Jesus, que foi humilde e servil, a segunda vinda será visível, estrondosa e triunfante. O texto bíblico descreve Jesus descendo dos céus com grande brado, a voz do arcanjo e o som da trombeta de Deus — sinais inconfundíveis e majestosos que anunciarão o início da era eterna:

  • Grande brado: um clamor de comando, uma ordem real que convoca o povo de Deus.
  • Voz do arcanjo: autoridade celestial que proclama a chegada do Rei.
  • Trombeta de Deus: tradição judaica para anunciar eventos solenes e decisivos.

Esse evento será tão visível que “todo olho verá” a volta de Jesus, incluindo aqueles que o rejeitaram (Apocalipse 1:7). Além disso, haverá a ressurreição corporal dos que morreram em Cristo, que serão restaurados em corpos glorificados, e os vivos serão transformados instantaneamente para o encontro com o Senhor.

O Arrebatamento e a União com Cristo

O arrebatamento, momento em que os cristãos serão levados para encontrar Jesus nos ares, é descrito como uma separação para perto dEle, uma captura cerimonial semelhante ao encontro entre noivo e noiva na tradição judaica. O noivo, Jesus, volta para buscar a noiva, a igreja, preparando para ela uma morada permanente na casa do Pai.

Essa analogia reforça a ideia de uma união eterna, um casamento celestial que culmina na consumação da nossa fé e esperança. É uma realidade que deve nos motivar a estar sempre vigilantes e preparados, pois o dia e a hora da volta de Cristo são desconhecidos.

Viver a Esperança da Volta de Cristo

A esperança da volta de Jesus não é apenas uma expectativa futura, mas uma força transformadora para o presente. Ela nos chama a uma vida de santificação progressiva, moldando nosso caráter à semelhança de Cristo, fortalecendo nossa resistência ao pecado e nos impulsionando a abandonar os padrões mundanos.

Paulo nos exorta a “revestir-nos do Senhor Jesus” e não satisfazer a carne, lembrando que a proximidade da volta de Jesus deve influenciar nossas escolhas diárias (Romanos 13:11-14). Essa esperança recalibra nossa escala de valores, fazendo com que as tribulações momentâneas percam seu peso diante da glória eterna que nos aguarda.

Um Chamado à Vigilância e Santidade

Você já parou para pensar o que Jesus encontraria em sua vida se Ele voltasse hoje? Essa pergunta, embora desconfortável, deve ser um convite à reflexão e à transformação. A igreja primitiva vivia na iminência da volta de Cristo, o que lhes conferia uma sobriedade espiritual e um senso de urgência evangelística que ainda precisamos cultivar.

O escritor AW Tozer alertou que a maior tragédia não é a perda das igrejas, mas a perda da consciência de que fazemos parte de um reino celestial. Precisamos recuperar essa consciência para que nossa fé não seja apenas teórica, mas viva e prática.

Os Sinais da Volta de Cristo e o Estado Atual da Igreja

Embora existam muitos sinais que apontam para a proximidade da volta de Jesus, o maior deles, talvez, seja o esfriamento do amor dentro da própria igreja. Jesus advertiu que, nos últimos tempos, “o amor de muitos se esfriaria”. Isso se reflete na perda de prioridades do Reino, na busca individualista e na negligência espiritual.

Essa realidade é um chamado urgente para que a igreja volte a viver em expectativa e vigilância, alimentando o amor e a fé que nos conectam ao Senhor e ao Seu propósito eterno.

Construindo Tesouros no Céu

Nosso tempo nesta terra é passageiro, mas a vida eterna que nos aguarda é a verdadeira morada. Por isso, devemos focar em construir tesouros no céu, investindo nosso tempo, talentos e recursos na obra de Deus. Como disse C.S. Lewis, se sentimos desejos que nada neste mundo pode satisfazer, é porque fomos feitos para outro mundo.

Essa perspectiva muda a forma como encaramos o sofrimento, as dificuldades e as prioridades. Nada que conquistamos aqui pode substituir a glória que nos espera na eternidade.

Conclusão: Vivendo com a Expectativa da Volta de Cristo

A volta de Cristo é a promessa que deve consolidar nossa fé e orientar nossas vidas. Não é uma doutrina distante ou meramente teórica, mas uma realidade que transforma nosso presente e nos prepara para o encontro final com nosso Salvador.

Que possamos viver com vigilância, santidade e esperança, sabendo que o Senhor voltará para nos levar para a casa do Pai, onde habitarão muitos aposentos preparados especialmente para nós.

“Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20)

Que essa promessa seja o motor da nossa fé, o alicerce da nossa vida e a razão da nossa alegria. Que estejamos prontos para quando Ele vier, vivendo cada dia em santidade e amor, aguardando com expectativa o glorioso reencontro que mudará para sempre a nossa história.

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